Editorial

Receita para o caos

Não é de hoje que a mobilidade urbana de Pelotas é, no mínimo, confusa. Um pouco, pelas características urbanas de um Município antigo, com parte significativa de sua urbanização pensada há cerca de dois séculos. Outra, por situações criadas em decisões que parecem pouco ou nada lógicas dentro do contexto em que se vive hoje. Isso impacta diretamente o trânsito e o uso da cidade, por exemplo, em um cenário em que muitos dos problemas poderiam ser evitados com uma análise minuciosa dos espaços.

Quem dirige pelo Centro de Pelotas sabe o caos que é cruzar algumas ruas. Quem circula “no sentido da Bento”, ou seja, pela Amarante, Argolo, Senador Mendonça, Major Cícero, etc, entende a dificuldade que é cruzar por Gonçalves Chaves, Santa Cruz, Professor Araújo, Santos Dumont, etc. Isso se dá por fatores como a baixa visibilidade e pouquíssima sinalização.

A falta de recuos significativos em algumas esquinas precisa ser criticável. É permitido estacionar até pontos em que se fecha o ângulo de quem vai passar por ali e, naturalmente, motoristas precisam avançar pela pista que irão cruzar para tentar enxergar. Uma receita para dar uma fechada e causar acidentes. Mas nem tudo pode ir na conta do Poder Público, já que a comunidade pouco contribui.

Em um mundo cada vez mais acelerado, tão fácil quanto encontrar esquinas que deveriam ser melhor pensadas pelas autoridades de trânsito é encontrar cidadãos que agem com imprudência. Celular na mão, alta velocidade, pouco uso de sinalização para trocar de pista, enfim. Fora o nariz torcido para situações que podem ajudar, como a implantação de semáforos. Na Voluntários com Santos Dumont, onde constantemente se via algum carro atravessado, a coisa estancou. É um exemplo de que isso funciona.

Um acidente de trânsito é costumeiramente uma conjunção de fatores que envolvem a qualidade do local e, principalmente, imprudência. É importante que todo mundo atue coletivamente, pensando nas suas ações, e exigindo do Poder Público soluções. Elas muitas vezes parecem ser extremamente óbvias. Basta circular pela cidade e observar por poucos minutos que algumas respostas já saltam aos olhos.​

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